O Boeing 737 é até hoje o avião de maior sucesso comercial da aviação civil no mundo. Estima-se que que ao longo de sua história, este modelo tenha transportado cerca de 7 bilhões de pessoas, ou seja, aproximadamente a mesma quantidde de habitantes do nosso planeta. Ele também é a aeronave utilizada como padrão pela ANAC para a formação dos comissários de vôo. Por isso é de extrema importância que o conheçamos bem assim, aí vai uma breve histórico.
Boeing 737-700
Tipo Avião comercial
Fabricante Boeing
Capacidade 737-900ER: até 215 '737-700=' 124 passageiros
Custo unitário 737-600: US$47-55 milhões
737-700: US$54-64 milhões
737-800: US$66-75 milhões
737-900ER: US$70-80,5 milhões
Comprimento 28,6 a 39,5 metros
Envergadura 28,3 a 34,3 metros
Altura 11,3 a 12,6 metros
Peso máx. decolagem 49 190 a 79 010 kg
Nota: algumas características são apresentadas na unidade mínima e máxima por existirem vários modelos do Boeing 737.
A Boieng começou a projetar o 737 em 1964 a pedido da empresa alemã Lufthansa que precisava de uma aeronave que transportasse por volta de cem passageiros e pousasse em pistas curtas, ideal para aviação regional. Para maior econômia, teve seções de sua fuselagem aproveitados dos Boiengs 707 e 727, assim como sua tecnologia. Suas asas foram projetadas exclusivamente para o modelo, porém foram reprovadas em teste ainda no desenvolvimento sendo assim reprojetadas e vieram a se tornar seu ponto forte forte devido a eficiência adquirida.
Seu primeiro vôo foi em 09 de abril de 1967 e em fevereiro do ano seguinte já entraram em operação pela Lufthansa os modelos 737-100. Em abril de 1968 foi a vez da United Airlines estrear o modelo 737-200, uma versão alongada do mesmo a qual foi fabricada até 1988.Em 1984 o 737-200 recebeu uma grande plástica e teve como principal mudança o grupo motopropulsor. Foram adotados os motores CFM International CFM56 no lugar das P&W JT8D. Devido ao tamanho dos novos motores, eles passaram a ser montados a frente do bordo de ataque e não mais sob a asa e assim eles ficaram perigosamente próximos ao solo. A solução foi deslocar alguns componentes do motor para as laterais da carenagem, dando forma uma forma achatada a base do conjunto que se tornou marca registrada do modelo. Em 1984 entrava em
operação 0 737-300.
Em 1994 a Boieng já tinha perdido terreno para a Airbus com seu A-320 e para voltar com tudo ao mercado, o 737 entrou numa nova era, os 737NG. Os modelo 600,700,800 e 900 eram um total reprojeto de uma aeronave com 30 anos de vida.
Desde 2005 os 737 já não possuem as escotilhas acima das janelas do cockpit e ganharam winglets nas pontas das asas para um menor arrasto aerodinêmico e consequentemente um menor consumo de combustível.
Outra curiosidade sobre este modelo de aeronave é em relação ao trem de pouso principal. Ao contrário dos outros modernos jatos atuais o trem do 737 é retrátil e não escamoteável. Se você olhá-lo por baixo, verá os círculos pretos dos perfis dos pneus que para diminuir o arrasto são cobertos por calotas. Segundo a Boieng, este sistema permite o barateamento do conjunto sem prejuízo a aerodinâmica da fuselagem.
Hoje várias empresas aéreas nacionais utilizam os 737.
737-300:
01 Gol/Varig, 01 Puma Air, 22 Webjet
737-400:
01 Varig Log
737-700:
42 Gol/Varig
737-800
73 Gol/Varig
Ocorrências com o 737 no Brasil:
A empresa que popularizou o uso do 737 no Brasil a VASP foi também a que registrou o maior número ocorrências. Entre eles acidentes e sequestros fizeram história.
25 de janeiro de 2003 - Boeing 737-200 - Prefixo: PP-SPJ VASP
Local do acidente: Aeroporto de Rio Branco - AC
"O Boeing da VASP com 93 pessoas a bordo fez um pouso forçado no aeroporto de Rio Branco, no Acre. A aeronave chegava a Rio Branco por volta das 2h15min da madrugada, em péssimas condições de tempo, e quando aterrissou bateu numa árvore na cabeceira da pista, perdendo o trem de pouso principal e deslizando de barriga por cerca de 80 metros no gramado ao lado da pista. Não houve registro de feridos."
Texto retirado do site www.acidentesaereos.net
Ano de 1988, vôo VP-375 VASP
"Cada parte da obra tem mapa, ilustrações e fotografias. Esse recurso ajuda a compreender as manobras feitas pelo piloto protagonista da segunda história, que conta o seqüestro de um Boeing 737-300 da Vasp no trajeto Belo Horizonte–Rio de Janeiro, em 1988. Pouco depois da decolagem, o tratorista desempregado Raimundo Nonato começou a disparar contra a porta da cabine dos pilotos com um revólver calibre 32. Nonato culpava o presidente José Sarney pela penúria em que estavam ele próprio e o Brasil e decidira atirar-se com um jato repleto de passageiros sobre o Palácio do Planalto. Os tiros feriram um tripulante e um passageiro, e o comandante Fernando Murilo de Lima e Silva rendeu-se ao seqüestrador. Uma vez na cabine, Nonato mandou que se tomasse o rumo de Brasília. O co-piloto tentou pegar o rádio de comunicação, tomou um tiro na cabeça e morreu instantaneamente.
Por mais de três horas, o comandante Murilo negociou com o seqüestrador, voando sobre Brasília, Goiânia e Anápolis. Diante da intransigência de Nonato e da possibilidade de ficar sem combustível, chegou a fazer duas manobras quase suicidas tentando desequilibrar e desarmar o seqüestrador. Na primeira, fez o avião girar sobre si mesmo até ficar de ponta-cabeça e retornar à posição original. Depois, um parafuso, deixando-o cair com o nariz para baixo enquanto girava. Essa manobra foi tão brusca que parte do estabilizador do Boeing se desprendeu e caiu sobre um conjunto de casas em Goiânia. Engenheiros da fábrica afirmam que é o único registro de manobra desse tipo com um Boeing 737. As piruetas foram testemunhadas por um caça da Aeronáutica que acompanhava o vôo e contadas pelo comandante Murilo,
que, na confusão, acabaria pousando na capital goiana. Em terra, Nonato exigiu um avião menor para fugir, acabou levando três tiros numa cilada e morreu alguns dias depois, internado no Hospital Santa Genoveva, em Goiânia. Como vinha se recuperando bem dos ferimentos, a morte se tornou um mistério que só viria a ser desvendado pelo legista Fortunato Badan Palhares, da Universidade Estadual de Campinas, que autopsiou o corpo e atestou que ele morreu de infecção por anemia falciforme, uma doença congênita."
Este texto foi extraído de uma matéria do repórter Ricardo Villela, publicada na edição 1674 da revista Veja em 8 de novembro de 2000. A matéria falava sobre o livro Caixa-Preta Do Autor Ivan Sant'Anna. Para ler a matéria completa, clique aqui.
http://veja.abril.com.br/081100/p_164.html
16 de agosto de 2000 = Boing 737-200 - Prefixo PP-SMG VASP
Sequestradores fortemente armados com fuzis e pistolas tomaram de assalto a aeronave que fazia a rota Foz de Iguaçu - Curitiba, a fim de roubar um malote com 5 milhões de Reais que era transportado no compartimento de carga. O Avião foi obrigado a fazer um pouso de emergência em uma fazenda no município de Borecatu, ao norte do estado do Paraná. Os sequestradores fugiram em uma pick-up levando o dinheiro e pertences dos passageiros. Não houve feridos. Abaixo, links com matérias completas sobre o caso.
http://culturaaeronautica.blogspot.com/2009/10/o-sequestro-relampago-do-voo-vasp-280.html
http://www.terra.com.br/brasil/2000/08/16/086.htm
Acidentes com o 737 no Brasil:
Infelizmente, entre os piores desastres aéreos ocorridos em solo nacional, dois em especial tinham o Boieng como protagonista, o vôo Varig 254 que fez um pouso forçado na floresta amazônica,
que já foi mostrado neste blog anteriormente (clique aqui e aqui para rever os posts) e o vôo Gol 1907 que chocou-se no ar com um jato Legacy se desintegrando não deixando sobreviventes. Esse será assunto de um próximo post que contará em detalhes esta trágica história.
Muito bom Rafaell!! Adorei o post ;D
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Cms Sarah Fernandes
Sempre que possível farei outros assim!
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